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Na minha produção artística sinto necessidade de expressar aquilo que não vemos, mas que nem por isso deixa de existir, o transcendental: O ser por excelência.
Deus que é o verbo ser, por tanto, movimento se apresenta como "Eu sou".
Ele que não permite ser visto por niguem para que não morra, cria o ser humano sua imagem e semelhança. Assim, o homem pode ter a ousadia de vê-lo por meio de si mesmo e do outro. Nisso, Deus se revela como pai pois só ao filho o pai se faz revelar.
E, sendo pai dá-se em comida para dar vida aos seus filhos como faz o pelicano ao dar de sua própria carne para alimentar os filhotes.
O pão é o símbolo da libertação do povo de Israel dos egípcios. E, em Lanciano, um pedaço de pão se transforma em carne. Carne do coração. É o milagre de Lanciano. Ele foi um acontecimento místico do século VII d.c. Teve este nome por ter acontecido na cidade de Lanciano na Itália.
E, a imagem impressa em um santinho foi a inspiração para a primeira aquarela da série: "Lanciano", Lanciano 1. E, início, quase simultâneo da série "Aquele que tudo vê". Assim nasceu as aquarelas que deram origem as primeiras telas que pintei com tinta acrílica.
O conhecimento deste acontecimento místico levou-me a pensar sobre o sobrenatural e o transcendental. Para me exprimir comecei a pintar sobre este tema ser. Com isso, procuro modalidades de evocação da espiritualidade humana e entre elas movimento, luz na escuridão e vazio.
Busco retratar o movimento de diversas formas: Movimento no interior humano (ligada aos sentimentos), Movimento dos corpos (exterior e interiormente) E, os movimentos puramente abstratos.
Deus é "O verbo”:
“O verbo se fez carne e habitou entre nós.”(João 1,14)
E, se o verbo é, ele é, portanto, ação, movimento. Sabemos que o movimento pode acontecer de diversas formas, mas, não se mover, também, pode ser considerado um movimento, como ocorre na pintura.
Desejamos, ardentemente, ver a verdade completa, (O verbo) - ação por excelência. E, sendo videntes é que, sem perceber, tornamo-nos mais cegos. Olhamos para fora e não para o interior. Buscamos ver Deus (O movimento) no exterior, seguindo normas científicas, cálculos, discursos filosóficos, humanitários e, tantas outras coisas, que nos perdemos em regras e normas. Nos tornamos mais cegos que os cegos. Não nos aventuramos a estender as mãos para tentar tocar. Tatear. Ver com os olhos de cegos.
“Os prisioneiros acorrentados a opinião na caverna... nunca estendem a mão para a luz e para a sombra. Eles não se aventuram”. (Derrida, 1993, PG 22)
A temática da luz passa pela escuridão e vice versa. Na escuridão "Não há nada”. Na verdade, não se vê nada. A escuridão é ausência de formas. Para se obter formas é necessário a presença de luz (revelação), separando a luz das trevas, ou seja, o claro do escuro.
Nos meus trabalhos, busco revelar o que está escondido. Revelações remetem tanto a uma atitude quanto a um processo de trabalho, fazer e refazer. Revelando e descobrindo.
Expresso desejo pela busca da essência das coisas que é quase "Invisível aos olhos”. Saint Exupéry.
“A Terra era vazia e disforme” (Gênesis 1,2)
O vazio foi sentido por Adão quando a mulher foi feita da retirada de sua costela. E, a mulher sentiu vazio ao querer aquilo (onisciência) que só Deus tinha.
Deus que é o verbo, portanto, movimento, cria um homem sua imagem e semelhança, dando forma (o formou) e movimento
(Soprou).
Alguns trabalhos como nas séries: "Releituras”, faço as imagens rebatidas e deixando áreas incompletas. Estas são completadas pelo observador. Que se torna co- criador colocando luz sobre a escuridão.
Nesse ponto, entra a temática da luz. A temática da luz passa pela escuridão e vice versa. Na escuridão ”não há nada”. Na verdade, não se vê nada. A escuridão é ausência de formas. Para se obter formas é necessário a presença de luz(Revelação), separando a luz das trevas, ou seja, o claro do escuro.
Nas pinturas, busco revelar o que está escondido. Revelações remetem tanto a uma atitude quanto a um processo de trabalho, fazer e refazer. Revelando e descobrindo.
Resumindo, expresso desejo pela busca da essência das coisas que é quase”Invisível aos olhos” Saint Exupéry.